Como viabilizar financeiramente um sistema de bicicletas compartilhadas: Exemplos e tendências
- AUTOR Aris Moro
- DATA DE PUBLICAÇÃO Dezembro de 2019
As cidades da América Latina que visam a promover a mobilidade sustentável e o ciclismo, em particular, devem considerar fundamentalmente o estabelecimento de sistemas de bicicletas compartilhadas. Ese sistema pode ser um elemento importante da infraestrutura de transporte de uma cidade e é relativamente barato de implementar. Há uma infinidade de opções de financiamento e de captação de recursos disponíveis. Não é necessário recorrer a investimentos ou subsídios públicos, pois as empresas do setor privado podem cobrir os custos de capital e operacionais de um sistema de bicicletas compartilhadas.
Este relatório, parte de uma coleção acadêmica de contribuições sobre sistemas de bicicletas compartilhadas na América Latina, descreve as opções de financiamento e de captação de recursos para esses sistemas. Por sua vez, as cidades da América Latina seguem uma variedade de modelos de financiamento. Inicialmente, Buenos Aires exercia função dupla ao possuir e operar seu Ecobici, oferecendo serviço subsidiado e gratuito a todos os usuários. Na Cidade do México, embora a prefeitura seja detentora dos “ativos” por trás da Ecobici, o sistema é operado pela Clear Channel, como mencionado. Outros tipos de esquemas de financiamento, como o Bike Rio, no Rio de Janeiro, são administrados inteiramente por empresas privadas a partir de contratos de concessão.
A América Latina já possui vasta experiência em como criar um esquema financeiramente sustentável e bem-sucedido de sistemas de bicicletas compartilhadas. Apesar de alguns contratempos, o setor registrou um crescimento significativo nos últimos anos.
Geralmente, os modelos de negócios precisam, no entanto, basear-se em uma consideração cuidadosa do que um sistema de bicicletas compartilhadas pode fazer por uma cidade e, também, avaliar se a cidade tem capacidade para planejar e gerenciar esse sistema. O setor de bicicletas compartilhadas sofreu mudanças drásticas nos últimos anos e não estão claros quais exemplos e experiências passadas são relevantes o suficiente para orientar tomadas de decisão. Também não está claro como os sistemas se aplicam a cidades pequenas e médias. O teste de sistemas de permissão para empresas “dockless” e o surgimento de novos modelos híbridos, juntamente com os esforços nacionais para promover o estabelecimento desses sistemas, prometem impulsionar o crescimento do setor e a inovação em torno de financiamento e de captação de recursos daqui para frente.